Em meio ao acirramento da disputa entre o Progressista e o PT, a advogada Vanessa Tapety aparece como uma alternativa bastante concreta para disputar a prefeitura de Oeiras pelo partido do governador Wellington Dias, exatamente contra o os progressistas. O estranhamento tem várias razões. Primeiro, Vanessa foi candidata a vice-governadora na eleição de 2018 em chapa de oposição a Wellington. Além disso, ela é cunhada de Roger Linhares, prefeito de José de Freitas e filiado ao PP. Para completar, o marido da advogada, o também advogado San Martin, é filiado ao MDB mas está no comando do IBAMA precisamente por indicação do PP, através da deputada Margarete Coelho. Informações são do Portal Nacontramao Piauí
Só a possibilidade de escolha de Vanessa Tapety como candidata do PT já mostra a pouca coerência do sistema partidário brasileiro. Mas revela a lógica das eleições municipais: o que prevalece mesmo é o fator local, as disputas históricas. Nesse caso, Venessa estará no lugar de sempre: em confronto com o grupo de B. Sá e do atual prefeito José Raimundo (PP). Oeiras tem uma das mais acirradas e antigas disputas de grupos, com eleições muito disputadas. Os grupos têm até nomes.
De um lado ficam os “Tupamaros”, que sempre tiveram como referência a família Tapety. De outro, os “Boca Preta”, capitaneados pela família Sá. O PT, com a liderança de Assis Carvalho, vem mantendo proximidade com os “Tupamaros”. Nesse sentido, Vanessa não surpreende em nada, repetindo a velha briga entre os dois grupos que se engalfinham há mais de três décadas.
É como diz o advogado oeirense José Augusto Nunes, mais próximo dos “Boca Preta”: são dois partidos não reconhecidos pela Justiça, mas sacramentado pela boca do povo.
PT e PP se enfrentam em 9 das 13 maiores cidades
A mistura de siglas no caso de Vanessa Tapety vira e mexe mas termina por colocar PT e PP em palanques opostos. E essa vai ser provavelmente uma marca da próxima eleição municipal, como desenho da correlação de forças para a disputa de 2022 que tende a colocar em lados opostos Wellington Dias (PT) e Ciro Nogueira (PP). Se olharmos os 13 maiores redutos eleitorais do Piauí (que somam perto de metade do eleitorado do estado), as duas siglas se enfrentarão em 9 delas.
Será, de fato, o embate entre os grupos liderados por Wellington e Ciro. Em alguns casos, com repeteco: vale lembrar a eleição municipal de 2016 em Picos, onde o empenho do governador Wellington Dias em favor do Padre Walmir, do PT, gerou tanto dissabor a Ciro Nogueira, aliado de Gil Paraibano. Confira a divisão nos 13 maiores redutos do estado:
• Confronto: PT e PP estarão se confrontando em Teresina, Picos, Piripiri, Barras, União, Campo Maior, Pedro II, Esperantina e Oeiras.
• Aliados: as duas siglas estarão juntas apenas em Parnaíba, Floriano, Altos e José de Freitas.
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