Ciclista é achado morto dois dias depois de desaparecer em trilha

O ciclista Raimundo Nonato da Silva, de 44 anos, que estava desaparecido desde o último domingo (10) foi encontrado morto no povoado Pajeú, zona rural de São João da Serra (a 129 km de Teresina). Raimundo, que é borracheiro e mora em Altos, havia saído do município às 22h de sábado (07) em direção à Santa Cruz dos Milagres, de bicicleta. A suspeita é que ele tenha se afogado ao ser arrastado pela correnteza em uma passagem molhada.

Conhecido como Preto e amante do pedal, ele mantinha a rotina de fazer viagens à noite pedalando. Desta vez, a intenção do atleta era chegar em Santa Cruz dos Milagres na manhã do domingo e a tarde retornar para sua cidade natal.

Como ele não chegou ao destino, no mesmo domingo familiares e amigos ciclistas estiveram refazendo a trilha para tentar encontrá-lo. E somente nesta terça-feira(10) conseguiram achá-lo sem vida.

“A gente acha que ele foi atravessar uma passagem molhada, não conseguiu e foi levado pelo rio. O irmão dele está lá e reconheceu o corpo”, disse a esposa, Maria de Deus, que está se deslocando até a cidade.

Deusa disse que o marido era muito conhecido e querido por todos. Eles têm três filhos, entre eles, uma filha que está grávida. “Era o primeiro neto, o sonho dele era ser avô e ele não conseguiu”, lamenta a esposa, bastante emocionada.

A família ainda está providenciando o translado do corpo para Altos, para então providenciar velório e enterro.


Riscos

Especialistas chamam atenção para o perigo que é tentar atravessar passagens molhadas, neste período chuvoso, onde o volume de água aumenta consideravelmente e principalmente de praticar esporte sozinho.

O tenente coronel da Polícia Militar Adriano Lucena, que é ciclista, alerta que Preto é o terceiro ciclista que morre, em três anos seguidos, vítima de acidente ao pedalar desacompanhado e em locais desertos.

“Em 2018, perdemos um em Piripiri, em 2019 em Floriano e agora o Preto. Precisamos chamar atenção porque se acontece um acidente, um mau súbito, o atraso no socorro pode ser a diferença entre a vida e a morte. O ciclismo é um esporte individual, você pode sair de casa para fazer seu treino sozinho, mas desde que tenham pessoas pelo caminho, outros ciclistas ou movimentação de carros, para que se de repente acontecer alguma coisa, possa ser socorrido”, ressalta.

Ele disse que em trilhas, como a realizada por Preto, o perigo aumenta mais porque são veredas, onde não passam veículos e o número de pessoas é reduzido. “Dentro do mato dificulta mais ainda o resgate. O ciclismo é individual, porque ninguém pode pedalar por você, mas a prática é coletiva e os itens de segurança são primordiais como o capacete, câmara de ar reserva, bombinha, água, alimentação são coisas básicas mas intrínsecas à prática do esporte”, detalha do coronel Lucena.

O ciclista lamenta a perda de outro atleta. “É uma tristeza muito grande, que Deus conforte a família dele”, afirmou.
Redação
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